E então transformei-me em uma borboleta. Aquela, cor de fogo, que a visitava sempre que chorava nos dias de chuva com seu melhor livro nas mãos. Mas ainda não me notara.
Então transformei-me em uma coruja para acompanhar seus sonhos, pesadelos e pensamentos noturnos. Mas ainda não lhe influenciara.
Então transformei-me em um gato enfermo para ver se me acolheria. Mas ainda não a comovera.
Então transformei-me em ser humano para ver se apaixonaria-se. E tu com estes olhos negros, sendo os mais cruéis e sem vida que eu já tivera apreciado, os desviou dos meus. Mas ainda não a impressionara.
Então eu, no meu ápice de rejeição, sufoquei minhas lágrimas e transformei-me em alma perdida para acompanhá-la e completá-la. Mas ainda não a satisfizera.
Então transformei-me na Morte. Algo cuja as mãos tinham o magnífico dom de tocar as coisas e silenciá-las. Para sempre.
E pela primeira vez pude senti-la de verdade.
Ela foi o único ser a se libertar e sorrir ao vir viver comigo.
(11/09/09)
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